Vertigens, sempre que vertiam sobre Selma, a faziam narrar fatos desconexos. Contou que bateu os músculos glúteos na pedra pontuda existente no trajeto entre sua casa e a montanha. E não havia montanha naquela vila. Disse que, sim, houvera um homem em sua vida que recitava versos capazes de encantá-la, como a neve. E nunca houve neve no campo em que vivia. Relatou o livrou que lera no verão, falando do impossível amor entre a moça milionária e moço paupérrimo. E ninguém nunca soube qual das tantas histórias idênticas era essa, nem que Selma soubesse ler. Mencionou o dia em que os homens todos, no bar aberto à bebida, a levaram ao fundo do banheiro para fazer-lhe graças com as partes cobertas. E o silêncio pairou para sempre nos comentários sobre Selma, porque todos bebiam muito naquela insalubre povoação.
sábado, 1 de outubro de 2011
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