Folhas arrancadas, falta explícita. Haveria naquele caderno um poema, narrativa interessante, quem sabe mesmo um personagem coadjuvante: secundário como a ausência. Um gemido em qual instância? Uma soleira cheia de passado? Assim, como quem esqueceu a chave ou soltou pum na reunião, a expressão de Eustáquio era obscura. Esforçava-se para olhar a todos, e estes logo viam que ele não enxergava ninguém. O turbilhão de ansiedades mal teve tempo para manifestar-se por palavras. Feito as tais páginas afastadas, mistérios sem descrição ou salvação, trataram todos de conciliar interrogação e curiosidades a um silêncio sinistro. Eustáquio fora autor de tantos e tão bons versos, que aquela inexistência subtraída doía no devir de todos, mesmo sem presente ou passado.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
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