
Há magia nos breves movimentos. Extremamente pouco, minusculamente gigantesco, é o meu sonho bailarino. Levo-o com graça, no vai da valsa. São gozos minimalistas. Dois pra lá, dois pra cá. Acasalamentos sugeridos, flertes no compasso, ritmos de passagem. Cenas rastejantes sobre flocos de nuvens. Primordiais últimos artifícios. Não me entrego à pose de defunta, horrenda entre flores e felpas. E, ave! Marias rezando à minha volta. Não se morre aqui. Se cadáver, sou insuplicável. Quando o dia for noite, dançarei alegre. Meu velho marido ajeita a gravada, arde o rostinho em rugas, com a loção pós-barba escanhoada. Estamos quase prontos, mas faltam umas horinhas para o baile começar.
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