
Quando fugi daquela trama desgastada, daquela mosca ao romper da aurora, arrasto miúdo atrás de migalhas, pensei viver um verão na claridade, e nunca mais apreciá-lo apenas pela vidraça. A vida não é uma fresta, isso não. Às vezes fico desejando uma mulher pro corpo, e não tendo, ocupo-me na horta de chicórias. Adoro chicórias, com aquelas folhas pontudas e desiguais. Tem, sim, momentos frívolos. Sinto-me vazio como um buraco, mas logo me encho. Sou uma ilha aqui em casa, cercado de silêncios por todos os lados. Uns segundos de resmungos, horas de afloras. Penso em virar escritor, sei lá, poeta... Por enquanto, nesse parnaso, produzo adubo orgânico.
Salve Alaor,
ResponderExcluirExílio.
Coisa impossível. Lembrei de Foucault. Não podemos nos exilar de nós mesmos e assim vamos produzindo nossas pequenas transformações na matéria dos outros.
Gosto das "micro" mais ácidas como essa.
Abraço.
O lugar não importa muito, um produtor de adubo orgânico será sempre e apenas um produtor de adubo orgânico em qualquer lugar que esteja.
ResponderExcluiruiaaa. visitante n° 4400 tem direito a brinde?
ResponderExcluirabraço!!