Disse que mudou. Começou a sair daquele fim. Até aprendeu a dizer não, esquivar-se, trocar de calçada. Sua piedade extinguiu-se depois daquela sessão da tarde na qual passou o Homem-Aranha. Não sabia que teia, tiro ou tédio o transformara. Dependurou-se manso no encosto do sofá flácido, ameaçou a voar ou ir até a cozinha para tomar um copo com água. Desistiu dos dois e se deitou. Fechou os olhos para imaginar melhor possíveis aventuras no centro nervoso da metrópole. De prédio em prédio, céu em céu, suor em suor, e notou que, sim, suava. Foi a gota! Gritou bem sôfrego, para que ninguém lhe ouvisse: “Não dá mais para continuar passando a salsichas em lata!”. Num pulo foi ao banho, barbeou-se e encarou o mundo como jamais havia imaginado conseguir.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
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