Tornei-me toureiro aos seis anos, quando havia em casa o Bob, um basset dachshund marrom louco por panos vermelhos. Fui mau, fazendo da faca de carne um florete assassino, mas fazer o quê? Não havia nada menos espesso e eficaz na cozinha de lá. Tornei-me general americano aos dez, época a qual todos os moleques com os quais brincava eram índios sioux, malvados como o cão. Somente bem amarrados nas árvores com os fios do ferro de passar roupas é que não davam trabalho para o meu exército. Aos quatorze estreei no Festival de Montreaux. Levantei públicos imensos com minha guitarra imaginária, enquanto pisava pedras sob meu kichute no caminho esburacado para a escola. Aos vinte, após um diálogo franco com o ditador fascista, assumi a liderança das esquerdas, e confesso que fiz bem ao promover a distribuição igualitária da cerveja aos amigos de bar menos favorecidos. Agora, só resta-me agradecer a você, leitor, que tanto contribuiu para esse Nobel de Literatura.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
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