
Era metalúrgico, de ombros largos, cabelo semelhante ao pelo das ovelhas, aloirados. Não se lembrava bem se, no dia do crime, atacara a moça com uma faca ou pedaço de madeira. Sabe que bebera um café preto e três cachaças, pagou e saiu da birosca, quando voltava da fábrica. Então um homem sério iria aceitar zombaria de cachorras-do-funk? Depois, se lembrava de uma sinistra calmaria. O teto da casa, idêntica a tantas, naquele conjunto habitacional girava único. A noite, estranhamente lisa e sem ruído, se quebrou com a porta, na ponta do pé de bota do policial nervoso. Levaram-no, perigoso, sem nunca ter ofendido ninguém.
Contou a Alma que, já rapazinho, quebrara o dedo do patrão numa desavença, o resto, disse-lhe várias vezes, é passado.
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