
Errou inclemente ao indicar Carlão Bala à fila dos que iam. Ir, significava o mal, para os maus. Bala era o próprio bem, entre os bons e maus, apesar do codinome dúbio. O crioulo forte, recebeu o apelido por sua fé em Cosme e Damião, que o levava à farta distribuição de doces entre os meninos da favela. Bala comeu o doce que o diabo salgou. Voltou à vida na vila meses depois, baleado e entristecido. No dia dos santos de sua devoção, esperou horas no distrito policial até a chegada do sargento Sandoval. Dirigiu-se a ele com seis balas de coco, e lhe entregou envolto em amabilidades. “Você não teria direito a isso, humano, mas espero que elas sirvam para adoçar sua chibata retórica equivocada”. Sandoval não abriu a boca. Foi procurar um dicionário, para saber se punia ou não o humano errado.
Molinho
ResponderExcluirSeu texto está sensível e belo como sempre.
te amo
sua
Dan Dan