domingo, 26 de julho de 2009

Dez encontros

Dez encontros, sugeriu o psicólogo para tratar do transtorno bipolar de Vânia. Ela riu. Fez as contas, e começou a chorar: “não sou bipolar, doutor”. Feito uma santa, a quem Deus tivesse mandado uma visão, sugeriu um chope. Espécie informal de primeiro encontro.
Como tocasse o Tom, em versos de Moraes, concluiu, ao quinto copo, que saberia amar aquele homem, por toda a sua vida. Quando ouvia música, chegava quase ao estado de vida de uma flor, sobre a qual caem sol e chuva.
Houve um segundo encontro. Terceiro. Quarto. Quartos de motéis e bares musicais. É difícil imaginarmos as dores que nunca sentimos. O psicólogo, enamorado, propôs a Vânia que fossem morar juntos, em pleno décimo encontro. Eufórica, Vânia caiu em depressão. Não podia nem vê-lo, tanto pior ouvir Vinícius e Jobim.

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