
Perdeu-se do juízo quando Rosalina, mulata faceira que lhe encantava por parcos vinte reais, afirmou-lhe que não haveria brincadeiras naquele dia marcado, estava grávida. Honesta, confessou que o futuro rebento não seria seu filho, dada a rotatividade de encantos que distribuía na cidade. Ignorando as feições mestiças, as letrinhas do teste de DNA ou as más línguas do povo da terra, ele foi ao cartório e registrou seu “filho”, com sobrenome e tudo. Vive de amores com a criança, que desde logo aprendeu a não confiar nas certezas desse mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário