
Hesitante, a namorada quis entender aquela expressão curta, se falava de arte ou tinha apenas conotação erótica, tão comum nas frases de Reinaldo. Arrumou a língua, com salivação vernácula, e perguntou-lhe, respeitosa: tu pintas?
Foi Reinaldo quem ficou em dúvida, se até o macaco era artista? Fazia lá suas artes, que julgava plásticas, mas a súbita indagação de Odete o deixou indeciso. Mais calmo, contou-lhe a história do macaco que pintava telas, para concluir: ele pinta!
A conversa mole, o verbo pintar e a absoluta falta do que fazer, mexeram com a sensualidade de Odete. Ignorando o macaco ou dotes artísticos do namorado, enviou-lhe um torpedo imponderável: nós pintamos!
Estou ficando viciado nos seus textos, srsrs Curtos e com tanta propriadede nas palavras sobre o quotidiano. É uma aula diária. Abraço.
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