Deu a deixa e se esquivou. Sugeriu a Karla que a fuga, caso houvesse aceitação do plano, seria pela velha estrada de acesso à autopista, a pé e sem pressa. Lá, sim, deveriam deixar um carro, veloz e discreto. A ganância superou a fé, e Karla concordou. A imagem era de Nossa Senhora das Dores, que reluzia há século, com saúde de ouro, na velha capela do lugarejo. Ex-filha-de-maria, Karla hesitou apenas quanto à data. Na sua devoção o domingo era dia santo, mesmo à noite. O estrategista Horácio explicou-lhe o motivo. O furto coincidiria com o término da última missa. Coisa de domingo. Outra, só no próximo. Teriam uma semana para vender a santa, sem que houve qualquer denúncia de seu desaparecimento. Quer dizer, Karla teria esse tempo, ele, não. Era devoto demais para se meter com as coisas da fé...
domingo, 8 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário