Risinho irônico. Na mesa, oito talheres. Presumíveis resistências. Boas noites, receptivas. Súbitos silêncios. Aquele prato, servido, parece algo que não se come. Os personagens são reais, a história confunde-se. Demonstrações de asco. O garçom de gravata borboleta serve Sílvia. Ela olha, enjoada. Gastronomia grosseira. No prato de Amato, um olho salta. Repugnância generalizada. O ápice surge no servir Alice. Aquela iguaria remete à imundície. Tábata pede licença e desfila ao fundo da sala, com finesse e náusea. Geraldo, que tudo come, arrisca engolir a situação. Higino sente nojo. Anna Karina, enfim, afina o discurso contido: - “Dorival, que perversidade é essa?”. O dono da casa, abanando sua disponibilidade às senhoras, reforça-se no ar sarcástico. Convoca o maître com sotaque paulistanérrimo: “pô, Arrrthurrr, num ti falllêêêi que o pessoal era de moral, ô meu? Leva logo essa gosma e traz o prato principal, morô!”.
sábado, 5 de junho de 2010
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