
Carla Mescalina foi vestida com preto básico, emprestadas pérolas, pintura à altura e um sorriso santo, que ninguém julgaria falso. Ninguém exceto ele, o velho, pai do noivo submisso que ela laçara numa festa country. Como quem rodeia a rês antes de mandar o valor num lance, o esperto latifundiário mediu Mesca de cima para baixo, de frente e por trás, da cabeça aos pés. “Bonito o seu cabelo, moça”, falou sonso. Para completar antes que ela pudesse ser-lhe grata, foi justificando a negativa: “...é que aqui a gente não cruza com loiras. Ciência genética, dona. Última palavra no nosso negócio!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário