“Nesse lugar sagrado, onde passa tanta gente, Faz força o mais covarde E se caga o mais valente”. Atílio tinha a mania de escrever frases nos banheiros públicos ou privados pelos quais passava. Textos avulsos, às vezes microscópicos entre os vãos de um azulejo e outro, uma quina ou parede suja. Piadas sem riso, que fazia de si para si próprio, por vezes copiadas de outros dabliocês, mas sempre com o pensamento voltado para o próximo.
Já grafava as últimas letrinhas de “ida”, na frase “o peido é o grito de liberdade da merda oprimida”, quando o segurança do shopping o trouxe de volta à realidade. “Parado aí, seu sacana, parasita... Agora você vai limpar isso com a boca!”. Atílio estremeceu. Não por medo, mas por nojo. Sabia bem que, em certos lugares, onde se põe palavras, jamais se coloca a boca.
Já grafava as últimas letrinhas de “ida”, na frase “o peido é o grito de liberdade da merda oprimida”, quando o segurança do shopping o trouxe de volta à realidade. “Parado aí, seu sacana, parasita... Agora você vai limpar isso com a boca!”. Atílio estremeceu. Não por medo, mas por nojo. Sabia bem que, em certos lugares, onde se põe palavras, jamais se coloca a boca.
De prima, como sempre! Beijos procê, meu amigo.
ResponderExcluirSegurança idiota! Ele que fez merda! Em vez de incentivar a literatura...
ResponderExcluirAbraços,
Maria Amélia Elói.