Cachorro instintivo farejou o beijo que a dona recebeu de Genilson. Nem nada parecia novo. Ela voltava devotada da viagem a trabalho, de brinco em riste e olhos em arco. Deixou o notebook na sala. Mala na entrada. Levou o cheiro à sacada para, quem sabe, enxergar no horizonte o cinza da traição. Flag circulou o rabo, afinou o focinho e a vislumbrou com a compaixão da posse. Uma centrifugação de ideias tomou as laterais das orelhas salientes, erguidas e encabuladas.
A dona afagou Flag com dois dedos displicentes. Fez que sim com a cabeça torta. Sibilou um carinho humanamente inaudível. E se pos rogada, a esperar a lambida. Flag obedeceu, confidente. Com uma cumplicidade medrosa de perder a dona para um Genilson cujo nome ele manteria oculto em sua discrição canina. O cão deitou-se aos pés da mulher, cheirando descuidado uma a uma suas unhas rosas. Haveria um misterioso “não me conte” entre os dois. Um saber possível apenas entre animais de espécies distintas.
A dona afagou Flag com dois dedos displicentes. Fez que sim com a cabeça torta. Sibilou um carinho humanamente inaudível. E se pos rogada, a esperar a lambida. Flag obedeceu, confidente. Com uma cumplicidade medrosa de perder a dona para um Genilson cujo nome ele manteria oculto em sua discrição canina. O cão deitou-se aos pés da mulher, cheirando descuidado uma a uma suas unhas rosas. Haveria um misterioso “não me conte” entre os dois. Um saber possível apenas entre animais de espécies distintas.
Esses cães farejadores... Seus minicontos estão cada vez melhores. Humm: Flag é o nickname para o cão farejador de flagrantes? hehehe
ResponderExcluirBjs! Um ótimo ano pra vc também!