
Já no ponto de ônibus sentia doer as vistas, sempre que um farol apontava no rumo de suas retinas. Àquela hora havia quase ninguém aflita como ele. Outras três, e estaria no trabalho, martelando o ponto, rodeado de falas e histórias. “Peãozada alegre, não sei o por quê?”.
Passava um pouco das oito quando perdeu um, dos muitos dez dedos que ainda tinha. A serra ligada, nem ligou para a sua dor. Teria direitos trabalhistas, licença de uns dias. Voltaria depois, aleijado. Nesses dias, ouviria a mulher, maldizendo-o, descuidado. As trufas negras permaneceriam lá, nalguma raiz velha ou mato mofado, que ele nem imaginava onde era. Nunca soube de um ônibus para lá.
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