Debrucei na janela para uns pingos baterem-me à face. É uma espécie de ritual de revitalização: sempre que acontece algo bom comigo, chove. Mas nesses tempos secos de inverno não há pingos, e a face ficou à ficção, que fosse de um orvalho extemporâneo. Virou dessas síndromes de espera. Objeto fantasioso de conciliação com o inexistente. Então pensei fraudar a sorte, quem sabe lançando um esguicho de água sobre o telhado, para que ela retornasse às gotas. Muito indecente essa ideia falsária, e nem deve ser capaz de trazer algo de bom. Melhor perseguir as nuvens. Pelo menos é um encorajamento pra alma. Coisa de mãe, eu acho, que sempre nos orienta a corrermos atrás de nossos sonhos.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
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Amigo Alaor, delícia de texto. Poético até a última gota. Ganhei meu dia, agora às 07 da manhã.
ResponderExcluirGrande abraço.