terça-feira, 27 de julho de 2010

Edifícios decrépitos

Edifícios decrépitos entornavam a praça onde Igor se sentou. Biscoito e água. A três bancos de distância havia Selma. Jornal e leque. Como se a pipa fosse flecha e Nilton um cúpido, a linha perdeu a tensão sobre os braços de Igor e pipa caiu ao longe, no colo de Selma. Que é isso menino? Que é isso menino? Os dois gritaram uníssonos e trocaram olhares que não se haviam visto. Desculpe, moço. Desculpe, moça. Nilton pediu sem jeito. Os dois já faziam ver. Machucou-se? Foi a senha de aproximação. E trocaram impressões, páginas de notícias e biscoitos de manteiga. Beberam água, abanaram-se. Não haveria despedidas eternas, nem distâncias impossíveis. Saíram em desmedida vastidão de espaços entre os edifícios decrépitos. Novo prazo para a vida, depois do amor à primeira vista.

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