
Não sabia que Odécio era um policial à paisana. Soubesse, nada ocorreria. Empresário é o in, nos seus eitos de vidros fumês. Lá dá pra se enterrar num homem que caça bandidos e maltrapilhos? Mas quando viu, já era um amoreco. O cio narcísico nem teve tempo de deliberar sobre as últimas tendências da paixão. Clara tinha Odécio na traquéia. Entre engoli-lo ou regurgitá-lo, desreprimiu-se. Amou eternamente aquele cafona, com toda a obsolescência que a palavra “cafona” pode exprimir àquele contexto fora de moda.