terça-feira, 31 de maio de 2011
A família
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Bradou aos quatro
domingo, 29 de maio de 2011
Favor eu faço
sábado, 28 de maio de 2011
Fácil para
Fácil para o vício. Entre o futuro e o passado, era Homero e ponto. Quis passar desapercebido pelo presente. Fez força, planos e tal, mas não havia como esquecer-se daquilo: o ópio ou outras drogas que lhe motivavam a alma. Quis então encerrar aqui e agora seu propósito de novas buscas, sem êxito ante os pensamentos precavidos no planejamento dos êxtases que poderiam vir. Um extemporâneo, esse Homero. Acendeu outro defeito, cheirou muitas inclinações para o mal, injetou o desregramento habitual em suas veias calejadas, inalou deformações do caráter. Ainda se tocasse guitarra, escrevesse versos ou quem sabe pintasse uma obra, mas nada disso incrementava aquele sorriso amarelo. Nem a cada mil lágrimas lhe saía um milagre, como ouviu na música. Foi a conta e o encontro. Deu-se por morto, embora a vida insistisse em resguardar-lhe um próximo e imediato barato!
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Ela pensa
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Daí vem
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Donde minha
Donde minha vontade de criar pardais começou. Sem viveiros ou gaiolas, mas nem por isso ecológica, só de distração. Melhor que a do Paulo, que queria amamentar na cadela de casa os filhotinhos de capivaras que recolheu na represa urbana. Com um olho nas crias roedoras e outro no Ibama, esfolou as tetas da Donzela, a tal cadela. E coitada, nada. No percurso os bichinhos se dizimavam, e mãe canina lá, triste feito mãe autêntica, feito gente sem recurso, sem salvação por falta de um plano de saúde. Com os pardais foi mais fácil: quirela de milho e água fresca. Juntavam para o sustento: deles e de meu intento. No fundo eu estava cheio de segundas intenções, é. Queria que eles comessem os todos pernilongos da dengue que baixaram por aqui. Da experiência extrai o óbvio: pardal é passarinho esperto! Acha? Trocar quirelas por pernilongos? Ficaram, engordaram, procriaram, e eu estou aqui, com essa doença que me deixa todo trêmulo e febril.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Sempre palpitando
Sempre palpitando, Hipólito me dizia toda vez que eu iria me dar muito mal com essa mania de andar de bicicleta.
- Olha – disse Hipólito – você vai se dar muito mal com essa mania sua de andar de bicicleta.
Não disse? Subi no selim e me pus a pedalar a esmo. Já estava muito mal, mesmo. E acho que a bicicleta tem o poder oculto da serenidade, pelo esforço das subidas e o deleite das descidas. Deixa-me detido por uns instantes no espaço, para se fazer relembrar para sempre no tempo. Como as notícias boas da infância que, para chegarem mais rápidas, e as levava às pedaladas. Tal a superação de uma corrente desencaixada da coroa, que me fazia um solucionador do problema crucial para prosseguir na vida.
Só voltei mais tarde ao céu previsível onde estava Hipólito. Meio sem graça, disse apenas: “Não foi dessa vez, mas você vai se dar muito...”.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Velhinhas matracas
domingo, 22 de maio de 2011
Gingando e andando
sábado, 21 de maio de 2011
Montou a lojinha
Ao dar entrada no plantão policial confessou os tapões na bunda daquelas duas crianças que, naquele antipático e expatriado halloween lhe ameaçaram com a atrevida pergunta: “guloseimas ou travessuras?”. Mas ao escrivão pedante que lhe insinuou “vadio” à pergunta pela sua ocupação, respondeu de boca cheia: - comerciante!
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Sofreu com
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Algo que inflama
quarta-feira, 18 de maio de 2011
- Canta o mantra
terça-feira, 17 de maio de 2011
Removeu o óbice
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Fada madrinha
domingo, 15 de maio de 2011
O grilo não
Como cordas tangidas de uma harpa, sempre no mesmo ponto, tateando as mesmas notas, cantaria na quinta, sem almejar alturas ou outras glórias. Na sexta-feira, com seus assaz parcos dotes intelectuais, perspicácia alguma, o que por dedução nos eximiria em falar de sensibilidade, o grilo cantaria de novo. Não sei por qual maravilha se opera essa chatice.
sábado, 14 de maio de 2011
Dado ao alto
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Era um tremor
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Difícil distinguir
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Retrovisor e cena
terça-feira, 10 de maio de 2011
Gratificação
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Mirou o mastro
domingo, 8 de maio de 2011
Primeiro, a pedra
sábado, 7 de maio de 2011
Não, não
- A Telegolpe agradece a sua ligação, senhor. Desculpe, mas sua comunicação não tem procedência, nossos sistemas são seguros e não há possibilidades técnicas de repetição de números. De qualquer maneira, já encaminhamos sua queixa. Caso queira anotar o número de seu protocolo é 3859574600013893473000047347384739478937.
- Não, não é o Ernesto, desculpe, o senhor se equivocou. Comprei este aparelho de segunda mão e várias pessoas têm ligado para esse Ernesto. Já estou tomando providências...
- A Telegolpe agradece a sua ligação, senhor. Verificamos o seu protocolo 3859574600013893473000047347384739478937, e ainda não há uma identificação do Departamento Técnico. Nossos sistemas são seguros e não há...
- Sei, “...possibilidades técnicas de repetição de números”.
- Exatamente.
- Sim, sim, é o Ernesto. Pode deixar que vou ao encontro com você com todos seus amigos que estão ligando aqui pra mim...
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Em intenção
- Pode, minha filha.
Então. Eu peço também pra minha sobrinha Graziete, que o marido largou com uma filhinha de seis meses, e que anda enrabichada com um moço, lá da parte mais alta do morro, que falam por aí que não flor que se cheire...